Filo Echinodermata






O filo Echinodermata (do grego echinos, espinho + derma, pele) inclui as conhecidas estrelas do mar, ouriços, bolachas da praia, pepinos do mar, crinoide e ofiuroides. É composta por animais que apresentam simetria, tipicamente pentâmera (cinco) ou mais radiais, derivadas secundariamente, e um esqueleto calcário. Existem cerca de 6.000 espécies atuais descritas e 20.000 fósseis.

O endoesqueleto está localizado sob a epiderme, os ossículos calcários dérmicos perfurados são formados pelas células da mesoderme com espinhos ou espículas. Cada ossículo é um único cristal e é separado por um tecido vivo. Este sistema é muito diferente daquele característico dos esqueletos rígidos de outros animais, onde os cristais encontram-se envolvidos por uma matriz orgânica. Ele permite um aumento no tamanho sem a ocorrência de muda, pode ser rígido ou dobrado e também pode ser servido por células vivas.



O sistema vascular aquífero do equinoderma possui uma cavidade celômica central, que transporta água do mar pelo interior do animal, e na qual estão inseridos os pés ambulacrais, extensões de paredes finas da epiderme que são revestidas por mesoderme e conectadas com os canais radiais. Na estrela-do-mar, por exemplo, a água marinha penetra através de uma placa madrepórica, atravessa um "canal pétreo" central até chegar a um canal anular e depois percorre canais radiais e penetra nos pés ambulacrais.

As funções dos pés ambulacrais são as seguintes:

a) Respiração através dos pés ambulacrais, brânquias dérmicas, árvores respiratórias ou bursas dependendo da classe do equinodema;
b) A coleta de alimentos; já o sistema digestivo na maioria das vezes é completo, axial ou enrolado;
c) A locomoção também é realizada por esses pés e podem servir como tentáculos sensoriais, através de receptores táteis.



O sistema nervoso é composto por um anel circum-oral e nervos radiais; existem dois ou três sistemas de redes nervosas em determinados locais do corpo. Isto sugere um grau de coordenação semelhante ao dos cnidários, e ainda assim os grupos de células nervosas podem se transformar em centros temporários de coordenação.



O tecido conjuntivo dos equinodermos apresenta uma característica única e extremamente interessante. Ele é capaz de mudanças rápidas e reversíveis na rigidez, frequentemente dentro de segundos, sob controle nervoso. O mecanismo é uma alteração na viscosidade das fibras de colágeno no tecido conjuntivo, causada por movimentos iônicos que modificam as interações fracas entre as macromoléculas extracelulares. O processo é controlado pela ligação do cálcio a células neurossecretoras. O resultado é que o tônus muscular pode ser alterado sem gasto de energia envolvido na contração muscular. Exemplos incluem o enrijecimento dos espinhos do ouriço do mar que podem ancorar o animal, o enrijecimento e o relaxamento das paredes do corpo das estrelas do mar e dos pepinos do mar, a autotomia dos braços dos ofiuroides e a manutenção do tônus dos braços estendidos dos lírios do mar.
O Sistema circulatório (sistema hemal) muito reduzido, com pouca ou nenhuma função na circulação e apresenta extensão do celoma (sinus periemais).

Os equinodermos não são segmentados, o celoma não é dividido ao longo do eixo corporal como em um anelídeo, mas ele existe como um número de divisões separadas que persistem desde sua origem embrionária. Além do sistema vascular aquífero principal, uma estrela-do-mar (por exemplo) tem os seguintes celomas: um perivisceral grande, e a cavidade do sistema hidrovascular contêm o celoma do tipo enterocélico (fluído celomático com amebócito).




As larvas bilaterais livre-natantes nos animais deste filo passam por vários estágios de desenvolvimento, sendo que alguns apresentam desenvolvimento direto; a metamorfose leva ao estágio adulto ou a uma forma subadulta: clivagem radial. As larvas se alimentam e se movem de uma forma muito diferente dos adultos. A maioria possui larvas ciliadas, que se alimentam por filtração e nadam no plâncton marinho.




Os gametas de equinodermas são estudados e manipulados em laboratório, devido à facilidade de coleta e manipulação. A partenogênese artificial foi descoberta primeiramente nos zigotos dos ouriços do mar.

Os equinodermas são quase que totalmente habitantes de fundo e de substratos duros como pedras, rochas e corais, que também foram o habitat de muitas formas extintas. Entretanto, algumas espécies de cada classe invadiram fundos moles e adaptaram-se à vida na areia. Devido a sua estrutura não são presas preferidas de outros animais, com exceção dos outros equinodermos, alguns peixes e lontras marinhas.

Ainda não conhecem espécies de equinodermas parasitas, mas alguns são comensais. O que foi visto é que uma variedade de animais vive no interior destes animais, como as algas parasitas ou comensais, protozoários cirripédios (cracas), copépodes, gastrópodes, bivalves, poliquetos, peixes e outros equinodermas.

Os equinodermas constituem os deuterostomados (forma o ânus e depois a boca), que são a segunda maior linha evolutiva do Reino Animal. Ao contrário dos protostomados (primeiro forma a boca), a boca surge como uma nova abertura localizada em oposição ao blastóporo, que forma o ânus. Os ancestrais do filo eram simetricamente bilaterais e evoluíram, provavelmente passando por um estágio séssil, que viviam no fundo do mar e possuíam um esqueleto calcário massivo. A boca era virada para cima e o alimento era coletado de todos os lados. A maioria dos equinodermos adultos atuais move-se lentamente sobre o fundo do mar, coletando seu alimento com a boca, localizada na superfície inferior dando origem as formas vágeis.  









Classes:
     

Classe Concentricycloidea

Possuem forma de disco e são menores de um centímetro de diâmetro. São conhecidos como margaridas do mar, sendo descritas até o momento apenas duas espécies. A simetria é pentarradial, mas não possuem braços. Os pés ambulacrais estão localizados ao redor do disco. O sistema hidrovascular é constituído de dois canais radiais concêntricos. O canal externo é representado pelos canais radiais onde possuem os pés ambulacrais. Apresentam um hidroporo que é homólogo ao madreporito, ligando o canal radial interno com a aboral. Das duas espécies encontradas uma não possui trato digestório, a superfície oral é coberta por um véu que é utilizado para absorver nutrientes. Já a outra espécie possui estômago estreito em forma de saco, mas o intestino e o ânus são ausentes.


Classe Asteroidea

A classe Asteroidea (do grego aster = eidos, + forma = ea, por) inclui os equinodermas que apresentam corpo com braços, pertencem às estrelas do mar. Existem, tipicamente, cinco braços, mas em algumas estrelas do mar podem existir vários. A maioria das estrelas do mar mede de 12 a 24 cm de diâmetro e muitas apresentam cores intensas como vermelho, laranja ou azul.
A boca localiza-se no centro da superfície oral, cercada por uma delicada membrana peristomal. A região ambulacral estende-se da boca até a ponta de cada braço. O sulco ambulacral é rodeado por pés ambulacrais que possuem espinhos móveis. Um grande nervo radial localiza-se entre as fileiras dos ambulacrais. O nervo ocupa a extensão do celoma coberta por ossículos. Por esse motivo que em asteroides e crinoides são chamados de aberto e nos demais grupos são fechados.

A região aboral é áspera e espinhosa e em torno deste possuem minúsculos apêndices em forma de mandíbulas, denominados pedicelários cuja função é a de matar pequenos organismos que venham a fixar-se na superfície do corpo. Tais organismos, assim como sedimentos, são varridos pelos cílios do epitélio superficial. Pápulas (brânquias dérmicas ou brânquias da pele) são projeções da cavidade celomática. E na mesma região aboral encontram-se o ânus e o madreporito, circular. Um crivo calcário conectado ao sistema hidrovascular.
A superfície dos asteroides é recoberta por um epitélio ciliado. Abaixo da epiderme, o endoesqueleto apresenta placas calcárias chamadas de ossículos calcários ligados uns aos outros por tecido conjuntivo. Os ossículos são perfurados por uma rede de espaços geralmente preenchidos por fibras e células dérmicas, esta estrutura é denominada deestereoma e exclusiva de equinodermos.

As trocas gasosas e excreção principalmente a amônia é realizada por difusão dos pés ambulacrais. O sistema vascular aquífero encontra um sistema interno de canais derivados do celoma, abre-se para o exterior e, poros (madreporito), que é aboral e perfurada por finos canais, os quais convergem para um canal pétreo vertical que se estende oralmente até um canal circular, embutido nos ossículos ao redor da boca.



Os canais radiais estendem-se para cada braço, passando entre os ossículos de cima do sulco ambulacral. Cada canal lateral termina numa ampola em direção aboral e num pé tubular em direção oral, que se projeta do sulco ambulacral.

Muitas estrelas do mar estão adaptadas para viver em fundos arenosos e podem até mesmo escavar. Estrelas de substratos moles possuem ampolas duplas que exercem uma pressão suficiente para enfiar os pés tubulares pontudos, sem ventosas, na areia.
O sistema nervoso pode ser considerado como primitivo, estando intimamente associado à camada da epiderme. Um anel nervoso está presente ao redor da boca e um nervo radial estende-se para cada braço. Fibras do anel nervoso e dos nervos radiais fazem conexões com os neurônios do plexo nervoso geral da epiderme.

Manchas oculares na extremidade de cada braço são compostas por fotorreceptores e células pigmentadas e constituem o único órgão sensorial. Células receptoras individuais estão presentes na epiderme corporal, particularmente concentradas na epiderme dos pódios e nas margens dos sulcos ambulacrais.

A troca gasosa e a excreção nas estrelas do mar ocorrem através da superfície das pápulas e dos pódios e o transporte interno processa-se através do líquido celomático. As pápulas das estrelas que vivem em fundos macios estão protegidas da areia e sedimentos por espinhos especiais em forma de tábuas, que fornecem um revestimento protetor sob o qual alojam-se as pápulas e fluem as correntes ventilatórias. São estes espinhos planos que explicam a aparência lisa de algumas estrelas do mar.

A boca abre-se num grande estômago cardíaco de paredes espessas, que ocupa a maior parte do disco central. O estômago cardíaco abre-se num pequeno estômago pilórico aboral. Um par de glândulas digestivas localizadas em cada braço desemboca no estômago pilórico. Um curto intestino estende-se do topo do estômago pilórico a um ânus não visível, localizado no centro da superfície aboral. Associados ao intestino, existem cecos retais, que são bolsas externas de função desconhecida. A maioria das estrelas do mar é carnívora e necrófaga.

As estrelas do mar apresentam sexos separados e nas duas gônadas desemboca em gonóporos ocultos na base dos braços. Os ovos são lançados na água do mar, onde ocorre a fecundação. O desenvolvimento processa-se no plâncton.

A larva é bipinária e depois é transformada em braquiolária, vai para o fundo e se fixa ao mesmo, segue-se uma metamorfose radical e complexa.


Classe Crinoidea 

A classe Crinoidea (do grego krinen, lírio + eidos, forma) é representada pelos lírios do mar, possuem forma de uma flor presa a uma haste. Geralmente possuem 70 cm de comprimento e a maioria habita os mares relativamente profundos. Durante a metamorfose, os comatulídeos tornam-se sésseis e pedunculados, mas com o passar do tempo passam a mover-se livremente. A maioria vive em água profunda, mas os comatulídeos vivem em águas rasas, especificamente no Indo Pacífico, Antilhas e Caribe.                     

O disco do corpo ou cálice é coberto por uma pele chamada de tégmen na qual há placas calcárias. A epiderme é pouco desenvolvida e possui cinco braços flexíveis ramificados, formando outros braços, cada um apresentará diversas pínulas laterais. O cálice e os braços formam a coroa. As sésseis apresentam pedúnculos, que é composto por placas e pode apresentar cirros.

Os sulcos de todos os braços convergem para a boca no centro da superfície oral. A boca se abre no esôfago e este em um intestino com divertículos que termina no ânus.

Os alimentos (pequenos organismos) são capturados pelos sulcos ambulacrais (com auxílio dos pés ambulacrais) se abrem e levam o alimento até a boca.

O sistema hidrovascular foi basicamente descrito na aula passada na introdução dos equinodermos. O sistema nervoso apresenta um anel oral e um nervo radial no interior de cada braço. Os órgãos dos sentidos são escassos e primitivos.

Os sexos são separados, os gametas desenvolvem-se no epitélio celomático dos braços e das pínulas e a desova é feita através da ruptura da parede corporal. As larvas são denominadas bipinária e livre-natantes durante algum período até a fixação e metamorfose.


Classe Ophiuroidea









O nome da classe originou (do grego ophis, serpente + eidos, forma), que inclui os ofiúros ou serpentes-do-mar. Pode-se citar como
exemplo, Amphipholis sp, Ophiothrix sp,Gorgonocephalus sp, entre outras. O corpo dos ofiuróides, diferente dos asteróides, é composto pelos braços e um disco central. Não possuem pedicelárias ou pápulas e seus sulcos ambulacrais são fechados e cobertos por ossículos.

Os braços dos ofiuróides são preenchidos por um cordão de grandes ossículos (vertebras). Não existe sulco ambulacral, mas os pódios situam-se ao longo do lado oral dos braços. A articulação dos ossículos e a musculatura dão aos braços uma grande mobilidade.          Os ofiuróides são especialmente comuns em habitats de rochas e corais, onde vivem sob pedras ou em fendas e cavidades. Alguns, no entanto, vivem enterrados em fundos arenosos. Os hábitos alimentares variam numa série de partículas, seja pastejando ou filtrando. Os pódios dos ofiuróides não apresentam ventosas nem ampolas. O estômago apresenta forma de um saco e o intestino é ausente.

Os ofiuroides não possuem pápulas; seus órgãos de troca gasosa são bolsas, denominadas bursas, que estão dobradas para dentro da parede corporal do disco oral, em ambos os lados da base de cada braço. A corrente ventilatória é produzida por cílios ou por pressão de mudanças no disco. O líquido celomático é o meio de transporte interno.

A maioria dos ofiuróides apresenta sexos separados e as gônadas estão fixas ao lado celomático dos sacos bursais. Quando maduros, os gametas são lançados nos sacos e liberados através das fendas. A larva é denominada pluteus e a metamorfose ocorre antes dela ir para o fundo. Não existe a fase da fixação, como nos asteroides. Muitas espécies incubam seus ovos nos sacos bursais e os pequenos ofiuroides arrastam-se para fora por uma das fendas.

Os sistemas hidrovascular, nervoso e hemal são iguais ao da estrela-do-mar e cada braço contém pouco celoma.


Classe Echinoidea

A classe Echinoidea (do grego echinos, ouriços do mar + eidos, forma) inclui os ouriços do mar, cuja maioria está adaptada para a vida em fundos duros, as bolachas da praia estão adaptadas para escavar na areia.  Em ambos os grupos, o corpo, que não apresenta braços, é esférico ou discoidal. Os ossículos do esqueleto são placas achatadas, fusionados entre si, formando um rígido esqueleto interno ou carapaça. A superfície do corpo é recoberta por espinhos móveis encaixados sobre tubérculos da carapaça.

O corpo dos ouriços é esférico, com o polo oral, que contém a boca, direcionada para baixo. Embora não existam braços, cinco áreas ambulacrais, contendo pés tubulares radiais, vão do polo oral ao aboral. O ânus abre-se no polo aboral, numa área circular, preenchida por pequenas placas, denominada periprocto. Ao redor do periprocto, existem cinco grandes placas genitais, cada uma contendo um gonóporo oculto. Uma das placas genitais também funciona como madreporita.

Os longos espinhos móveis geralmente estão recobertos por uma superfície de epitélio e articulados em tubérculos sobre a carapaça. Dois arranjos musculares permitem que os espinhos fiquem rigidamente eretos ou movimentem-se.

Os ouriços do mar usam os pódios, que podem estender-se além dos espinhos, para a locomoção, do mesmo modo que os asteroides. Seu sistema vascular aquífero também é muito semelhante. Entretanto, cada ampola do lado interno da carapaça e o pódio correspondente do lado externo estão conectados por perfurações duplas através dos ossículos. A locomoção também pode ser auxiliada pelo movimento dos espinhos.

Alimentam-se de algas e animais incrustados, são raspados ou mastigados por meio de movimentos complexos de um aparelho (conhecido como lanterna de Aristóteles) que contém cinco dentes que se projetam através da boca. O intestino é tubular e enrolado perto da carapaça.

Cinco pares de brânquias muito ramificadas estão localizados a cada lado das áreas ambulacrais do polo oral, e são responsáveis pela troca gasosa. O líquido celomático é bombeado para dentro e para fora das brânquias. Como nos demais equinodermas, os pódios são finas extensões da parede corporal, que contribuem, de alguma forma, para a troca gasosa.

Na superfície aboral, os pódios são muito largos e achatados, modificados para troca gasosa. A densa cobertura de espinhos estende-se além das brânquias podiais e impede que elas sejam obstruídas pela areia. Cada uma dessas cinco áreas de pódios especializados denomina-se petaloide, visto que se assemelham às pétalas de flores.

 Nas bolachas da praia, finas partículas de matéria orgânica, mas não grãos de areia, podem cair entre os espinhos. Essas partículas, então, são levadas por cílios à superfície oral, onde passam por um sistema ramificado de sulcos alimentares, que convergem para cinco outros principais, correspondentes às áreas ambulacrais. Os sulcos alimentares são contornados por pódios que levam massa alimentar coletada para a boca.


Classe Holothuroidea

Os holoturoides ou pepinos do mar, são semelhantes aos ouriços do mar por não possuírem braços. A maioria mede de 6 a 30 cm de comprimento e possuem forma de um verme ou pepino. Habitam substratos duros, vivendo sob ou entre, pedras ou em fendas nos corais. Esses pepinos movimentam-se através de pés tubuIares.

A extremidade oral do corpo está circundada por tentáculos, que representam pódios modificados ao redor da boca. Os tentáculos estendem-se para fora e capturam plâncton ou material em suspensão na água do mar e sedimento do fundo. Os que se alimentam de sedimento podem ser seletivos ou não. Alguns não-seletivos que se alimentam de detritos deixam dejetos visíveis sobre o fundo.

O aparelho digestivo dos pepinos do mar é tubular e termina antes do ânus numa cloaca muscular, que tem participação na troca gasosa. Essa troca é feita por estruturas tubulares ramificadas, denominadas árvores respiratórias, que resultam de evaginações da parede da cloaca e estendem-se pelo celoma.   A ação de bombeamento da cloaca produz uma corrente de água do mar, para dentro e para fora das árvores respiratórias. As árvores respiratórias servem tanto para a respiração como para a excreção.

Alguns pepinos do mar possuem cachos de evaginações tubulares na base da árvore respiratória. Esses túbulos, semelhantes a delgados espaguetes, denominam-se túbulos de Cuvier e podem ser disparados, exteriorizando-se do ânus. Eles são adesivos e alongam-se durante esse processo. Um intruso ou predador que perturbe o pepino do mar é suficiente para exteriorizar os túbulos que podem ficar emaranhados como uma armadilha mortal de fios adesivos.


Os holoturoides possuem apenas uma gônada e o gonóporo abre-se entre dois tentáculos. A larva bilateral é denominada auriculária, possui faixas ciliadas locomotoras. A transformação em um jovem pepino do mar ocorre antes deste ir para o fundo.


Artigo: Equinodermos do litoral do estado do Ceará

Digestão

Captação e ingestão dos alimentos

O processo que conduz à manutenção metabólica e estrutural dos organismos apresenta passos importantes: o primeiro se refere à obtenção do alimento; o segundo está relacionado com a degradação destas estruturas em compostos simples, o que é denominado de digestão; o terceiro na absorção e direcionamento dos componentes para seus locais funcionais; e o quarto, com a eliminação do material que não foi absorvido.
As fontes de alimentos são muito variadas dentro desta grande diversidade de organismos que habitam o planeta terra.  Há um grupo de animais que se alimentam exclusivamente de fonte de origem vegetal, como alguns roedores, o gado, veados, cavalos, gafanhotos, estes são classificados como herbívoros.
Outros podem se alimentar exclusivamente de outros animais como algumas espécies de tubarões, piranhas e algumas espécies marinhas, os quais são denominados de carnívoros. Seguindo ainda na discussão da cadeia alimentar, há um grupo de animais que se alimentam de fonte vegetal e animal como o homem, porcos, ursos, ratos, estes são onívoros.
Além disso, há animais como o urubu, que se alimentam exclusivamente de outros animais em estado de decomposição, os quais são denominados de necrófagos, e os insetívoros, aqueles animais que se alimentam unicamente de outros insetos como os sapos, determinadas rãs, lagartos e algumas espécies de aves. Os insetos que se alimentam de tecidos ou sucos de plantas são denominados de fitófagos.
Todos os animais necessitam de energia e elementos estruturais para repor os tecidos, crescer e reproduzir. Os mecanismos utilizados para a obtenção dos alimentos são determinados pela sua fonte de origem. Pequenas partículas podem ser capturadas pela formação de vacúolos digestivos na ameba, pelos tentáculos do pepino-do-mar ou por processos de filtração utilizados pelas esponjas, bivalves e pequenos crustáceos. As partículas pequenas presentes no plâncton servem como alimento para muitos animais que filtram a água do mar, como algumas espécies de peixes pelágicos, tubarões e baleias.
No entanto, a captura de partículas maiores necessita de estruturas mais especializadas que possam mastigar, perfurar, raspar, capturar ou engolir a presa. Alguns animais carnívoros capturam e engolem a presa inteira, o que é muito frequente nos vertebrados. Estrutura como mandíbulas e/ou dentes, servem para a digestão mecânica do alimento (trituração). 
Além da trituração, as grandes partículas também sofrem a ação de enzimas especificas o que possibilita a continuidade ao processo de degradação. Geralmente na porção inicial do sistema digestório, há uma estrutura diferenciada denominada de estômago no qual ocorre grande parte da degradação proteica. Ao estômago se sucede o intestino, um tubo oco onde o processo de digestão é finalizado e as partículas serão absorvidas e aproveitadas para as funções celulares.
Um caso interessante para ser relatado no processo de obtenção de partículas maiores é o das serpentes. As serpentes não possuem estruturas para auxiliar na contensão da presa, ao dar o bote ela injeta toxinas que irão participar do processo de imobilização e digestão do alimento. Além disso, diferente dos demais vertebrados, ao longo de todo o trato digestório são secretadas enzimas proteolíticas que atuam na degradação de proteínas, até estas estarem em condições de serem absorvidas pelo intestino.
Além das grandes ou pequenas partículas, muitos líquidos são utilizados como alimento. Os animais que utilizam estas fontes de alimentos possuem estruturas bem adaptada para absorvê-los. Os insetos se alimentam do néctar das plantas, as aranhas se alimentam do produto gerado pela digestão externa das suas presas, os parasitos alimentam-se absorvendo os nutrientes gerados pelo seu hospedeiro por meio da sua superfície corpórea, e os carrapatos, sanguessugas, morcegos e insetos absorvem o sangue de alguns animais.
Uma peculiaridade do aparelho digestório dos insetos que se alimentam de sangue produzem anticoagulantes nas suas glândulas, o que permite que o sangue permaneça fluido para a sua ingestão e absorção.
Por outro lado, há outras fontes que podem gerar energia sem necessariamente destruir outras estruturas. Este mecanismo é verificado na simbiose intracelular entre esponjas, corais, hidras, moluscos com algumas espécies de algas. Nesse contexto, as algas geram os nutrientes para o hospedeiro e, por sua vez, utilizam a amônia do hospedeiro para sua síntese proteica. Essa simbiose parece ter um importante papel no prolongamento da vida do hospedeiro, principalmente quando há restrição de alimento.
Diante do exposto, os animais na sua grande maioria são heterotróficos, ou seja, precisa de compostos orgânicos obtidos a partir de outros organismos, vivos ou mortos. Ao longo do processo evolutivo, os animais desenvolveram um sistema capaz de transformar o alimento capturado para melhor aproveitá-lo, o sistema digestório. Neste contexto, as fontes necessárias para a manutenção das estruturas corpóreas são os carboidratos, proteínas e lipídios.

Estruturas digestórias


A estrutura digestória pode ser classificada como incompleta, quando há uma única abertura na qual o alimento entra e os resíduos não digeridos saem, e completa quando o alimento ingerido entra pela cavidade da boca, passa pelas diversas estruturas do sistema e os resíduos saem pela extremidade oposta, o ânus. Quando o alimento é degradado na cavidade do trato digestório, a digestão é denominada extracelular.
No entanto, quando parte do alimento parcialmente digerido é englobada pelas células do revestimento digestivo, para dar continuidade ao processo de degradação da molécula, esta digestão é denominada intracelular.
Muitos invertebrados apresentam estruturas rudimentares para a degradação das partículas. A ameba (protozoário), por exemplo, realiza a digestão no interior da célula, dentro dos vacúolos digestivos, após englobar as partículas pela projeção dos seus pseudópodes.
As esponjas também possuem digestão intracelular assim como os protozoários, mas os cnidários e os platelmintos apresentam boca definida que se comunica com a cavidade digestiva revestida com células especiais. Nestes animais, já é observado o processo de digestão extracelular.
A primeira parte do trato digestório é a faringe, para algumas espécies ela apresenta papel fundamental na captura do alimento. Nas planárias, por exemplo, a projeção da faringe para fora do corpo possibilita a sucção do alimento. Outras espécies precisam de estruturas mais complexas para a obtenção do alimento, como as peças bucais mastigadoras ou sugadoras dos insetos ou a boca nos vertebrados.



Nos ciclóstomos, a boca é pequena e o movimento da língua condiciona sua abertura ou fechamento, as lampreias apresentam estrutura bucal sugadora e o peixe-bruxa, mordedora. Nesses animais os dentes não mineralizados são presos na língua, diferente do observado para os peixes cartilaginosos, cujos dentes, coberto por esmalte, estão ligados à mandíbula e maxila. Nos peixes ósseos, a boca é terminal com dentes, as glândulas orais são restritas, a maxila e as mandíbulas são bem desenvolvidas, articulando-se com o crânio.
A tendência evolutiva dos tetrápodes na digestão está relacionada com o aumento da lubrificação do alimento, seguido do potencial de digestão física e química. A língua pode apresentar funções variadas como a de segurar o alimento, movimentá-lo na cavidade bucal ou auxiliar na deglutição.
As glândulas orais são observadas nos tetrápodes em diferentes localizações, aparentemente com a função de umedecer o alimento. Entretanto, vários animais podem apresentar modificação funcional para as glândulas orais, como as serpentes que desenvolveram glândulas de veneno, os morcegos que secretam anticoagulante, ou até mesmo alguns animais marinhos cujas glândulas passaram a ter função na excreção de sal.
Os anfíbios, geralmente, se alimentam de insetos e, como não há estrutura bucal muito diferenciada, esses pequenos animais são lubrificados pelo muco secretado na boca, a rã não apresenta glândulas salivares. 
Alguns répteis possuem boca grande com fortes dentes, o que possibilita abocanhar e imobilizar a presa, como é ocaso dos crocodilos. Nos camaleões, a língua tem a extremidade revestida de muco e pode ser estendida a vários centímetros a sua frente para capturar os insetos. Já as serpentes engolem seu alimento inteiro devido a uma série de modificações adaptativas, como o aumento da distensão da boca, posição e tamanho dos dentes, ausência do esterno e costelas, o que possibilita que o animal se alimente de presas com diâmetro maior que o seu próprio corpo.
As aves são destituídas de dentes e a língua é pequena e pontiaguda, a faringe é curta, o esôfago tubular e muscular se dilata em um grande papo onde o alimento é armazenado e umedecido. O estômago compreende um proventrículo, com paredes grossas que secretam os sucos gástricos e o ventrículo ou moela constituída por uma musculatura espessa. Diferentes dos outros vertebrados a ação mecânica do alimento nas aves não é realizado na boca, mas através da contração das paredes musculares da moela auxiliadas por detritos sólidos engolidos por elas.
A organização do tubo digestório é igual em todos os mamíferos, inicia pela boca, faringe, esôfago, intestino delgado, intestino grosso e  ânus.  A estrutura dessas regiões varia dependendo do hábito alimentar. Dentes pontiagudos evidenciam uma dieta carnívora enquanto dentes pequenos e de superfície plana evidenciam hábitos alimentares de um herbívoro. Os herbívoros também possuem tubo digestivo mais longo e mais complexo em relação aos mamíferos carnívoros, visto o exemplo dos ruminantes.
Assim, na maioria dos animais que possuem um sistema digestório completo, a cavidade se caracteriza por ser um tubo longo, pelo qual o alimento se desloca em sentido único durante seu processamento. Nesse percurso, o alimento passa por uma série de estágios de degradação até estar em condições de ser absorvido. O estômago é uma região dilatada e muscular do tubo digestório onde o alimento permanece para ser degradado quimicamente. A continuação do processo de digestão e absorção do alimento ocorre no intestino. Além das glândulas salivares, observadas nos tetrápodes, o processo de digestão nos vertebrados, conta com o auxilio do fígado, pâncreas e vesícula biliar. A eliminação dos resíduos não absorvidos pelo intestino é realizada através da abertura cloacal nos peixes, anfíbios, répteis e aves, e pelo ânus nos mamíferos.

A fermentação na digestão


Alguns peixes, répteis, aves e mamíferos apresentam alimentação dependente da digestão da celulose, no entanto, a forma mais especializada neste processo é observada nos mamíferos ruminantes. O processo de fermentação pode ocorrer nos primeiros compartimentos do trato digestório ou na sua porção terminal. Nos ruminantes a fermentação ocorre no rume, a primeira das quatro câmaras que constituem seu estômago (rume, retículo, omaso e abomaso).



Nas duas primeiras câmaras, rume e retículo, o alimento é armazenado e sofre o processo de fermentação. O alimento ingerido pelo animal é mastigado, umedecido e misturado no rume no qual é fermentado pelas bactérias e protozoários. O alimento no rume pode ser regurgitado para a cavidade oral e as substâncias fibrosas indigestas poderão sofrer novo processo mecânico de mastigação. O processo de remoer o alimento já deglutido é que caracterizou o grupo dos ruminantes. Quando o alimento retorna ao rume este passa novamente pelo processo de fermentação.
O material passa do rume para o retículo e segue para o omaso, onde sofre o processo de concentração perdendo água. O abomaso corresponde ao estômago normal, no qual ocorre o processo de digestão química das proteínas pela ação das enzimas gástricas. Por isso, animais como o camelo, cabras, veados, gado e ovelhas, que utilizam a fermentação acompanhada da ruminação para processar a celulose, possuem um estômago grande e bastante compartimentalizado.
Os produtos da fermentação produzidos no rume é a principal fonte de energia para o animal, o que gera principalmente ácidos orgânicos de cadeia curta. Além disso, os microrganismos do rume podem sintetizar proteínas a partir de compostos de nitrogênio inorgânico como os sais de amônio. No rume, a uréia é hidrolisada em dióxido de carbono e amônia, sendo a amônia utilizada para a síntese de proteínas. Por isso, mesmo quando estes animais recebem uma dieta com baixo teor nutricional, complementar a ração com uréia aumenta consideravelmente a síntese de proteínas pelas bactérias simbiônticas.
Outros animais, não-ruminantes, também utilizam o processo de fermentação através da digestão simbiôntica de celulose. O canguru, macaco, preguiça e alguns roedores possuem estômago grande e bem compartimentalizado, nesses animais o processo de fermentação também ocorre no início do trato digestório, apresentando semelhanças com a digestão dos ruminantes.
No entanto, no elefante, cavalo, avestruz, macaco, coelhos, a fermentação ocorre na porção final do trato digestório, nos divertículos do intestino delgado (o ceco). Nesse processo, o alimento não fica retido por muito tempo no estômago. Os animais processam mais rapidamente o alimento e os nutrientes são absorvidos no intestino delgado antes de iniciar o processo de fermentação.
A digestão com fermentação microbiana na porção anterior do trato gastrintestinal dos ruminantes é lenta, precisa de uma câmara grande para o armazenamento do alimento, mas apresenta vantagens importantes frente aos demais animais herbívoros. Como a fermentação ocorre na porção inicial do trato digestório, as fibras inicialmente não digeridas podem sofrer o processo químico nos outros compartimentos do sistema digestório.
Além disso, a fragmentação mecânica dos alimentos nos ruminantes pode ser prolongada pela regurgitação do material não triturado, o que aumenta a capacidade de aproveitamento do alimento. Certa quantidade de microrganismos também pode passar para o intestino, sendo digerido e fornecendo outras proteínas e nutrientes complementares para o animal. E ainda, a presença das bactérias no rume possibilita a utilização das proteínas sintetizadas pelos simbiontes, o que não ocorre quando estas bactérias ou protozoários estão localizadas na porção final do trato digestório, como é observado para os coelhos. 
Alguns animais minimizaram o baixo aproveitamento nutricional do alimento gerado pela fermentação, quando o processo é realizado na parte posterior do trato gastrintestinal, através do reaproveitamento das suas excretas. O processo de coprofagia refere-se ao retorno do material eliminado pelas fezes, fazendo com que este seja reutilizado pelo sistema digestório. No coelho a reingestão das fezes produzidas pelo animal ocorre no ânus. Nesses animais as fezes se alojam separadamente no fundo do estômago onde o processo de fermentação é continuado. No entanto, para os roedores o processo é diferente, eles mastigam cuidadosamente as fezes e depois a engolem, retornando-a para o trato digestório.

Digestão e absorção dos nutrientes


A primeira etapa do sistema digestório nos mamíferos consiste na trituração mecânica do alimento realizada pela boca. A mistura da saliva com o alimento forma o bolo alimentar e inicia o processo químico por meio da degradação do amido pela enzima ptialina. Além disso, as principais glândulas salivares (parótida, submandibular, sublingual) secretam substâncias que auxiliam na lubrificação e umedificação do bolo alimentar, protegendo o esôfago de escoriações ou secretando substâncias como a lisozima, haptoglobina, imunoglobulina, frações de complemento e histatina que atuam na defesa do organismo. O bolo alimentar é deglutido na faringe e segue por meio de movimentos peristálticos pelo esôfago, em direção ao estômago.



Ao chegar ao estômago, o esfíncter cárdico se abre para a entrada do bolo alimentar e, posteriormente, se fecha para impedir o refluxo do alimento. No estômago, o bolo alimentar é misturado com as secreções ácidas, formando o quimo. O estômago divide-se em: fundo do estômago, o qual não reserva conteúdo alimentar, mas contém gases engolidos na alimentação e durante a respiração; corpo do estômago pelo qual um grande volume de alimento pode ser armazenado; e antro pilórico que antecede ao duodeno, esta região desenvolve função ativa de esvaziamento. A porção final do estômago é delimitada com o duodeno pelo esfíncter pilórico.
As células epiteliais do estômago e glândulas gástricas secretam muco para proteger as paredes do órgão da ação do ácido clorídrico e enzimas digestivas. As células parietais do estômago secretam o fator intrínseco indispensável para a absorção da vitamina B12. No entanto, as células principais da glândula gástrica secretam pepsinogênio, proenzima inativa que em meio ácido é convertido em pepsina. A pepsina pode digerir até 20% do conteúdo protéico de uma refeição.
A secreção ácida do estômago é estimulada pelo nervo vago, gastrina e histamina e inibida pela estimulação simpática e colecistocinina. A secreção ácida e esvaziamento gástrico são controlados por fatores nervosos e hormonais, estimulada pela presença de quimo ácido no intestino, quimo hiperosmolar, gorduras e proteínas.
O intestino delgado é um tubo longo de aproximadamente 5 metros de extensão constituído pelo duodeno, jejuno e íleo. A presença do quimo no duodeno estimula o fígado e vesícula biliar a secretar a bile e o pâncreas a liberar enzimas digestivas. Assim, o processo físico-químico da digestão tem continuidade por meio da emulsificação das gorduras pelos sais biliares e da secreção de enzimas pancreáticas, que atuam sobre o processo de degradação dos carboidratos e proteínas.
O pâncreas promove ainda a secreção rica em bicarbonato que neutraliza o quimo ácido.  A  absorção de aminoácidos, monossacarídeos e lipídios são realizados no intestino delgado. Este processo ocorre com o deslocamento das moléculas da luz intestinal para a circulação linfática e sangüínea, através da atividade das células do epitélio intestinal.
O intestino transporta aproximadamente 2 litros de água, ingeridos diariamente, somado aos outros 7 litros que entram no intestino pelas secreções gastrintestinais. A absorção de eletrólitos, como sódio, potássio, cloro e bicarbonato ocorrem pelas células epiteliais e o movimento da água é secundário ao movimento de eletrólitos.
O intestino grosso recebe o conteúdo intestinal que não foi absorvido pelo duodeno. Por isso, as fezes são constituídas por elementos não absorvidos no intestino delgado (30 % de fibras e celulose), massa bacteriana saprófita (30%), células descamativas intestinais (30 %), muco e água.
Na região do íleo terminal existe o esfíncter íleo-cecal, o qual habitualmente encontra-se fechado. Quando uma onda peristáltica atinge essa região, o esfíncter se abre permitindo a passagem de conteúdo intestinal do íleo para o ceco. O processo da passagem do bolo alimentar do esôfago para o estômago, e do quimo, do estômago para o duodeno, provoca reflexos-gastroileal e duodeno-cólico, que reflete no fluxo ileocecal.
Os movimentos do cólon compreendem as contrações haustrais, que permite a mescla do conteúdo cólico facilitando a absorção de água, e eletrólitos e as ondas peristálticas movimentam a massa fecal em direção ao reto.
O intestino grosso distal é constituído pelo cólon descendente, sigmóide e reto que armazena as fezes até que ocorra a evacuação, pelo reflexo da defecação. As funções do cólon se referem à reabsorção de água e eletrólitos (desidratação de material fecal), que ocorre, principalmente, no cólon proximal (ceco e cólon ascendente) e à função de estocagem, que tem lugar no cólon distal, basicamente no sigmóide.
Desse modo, o processo de digestão inicia na boca pela trituração mecânica dos alimentos, e prossegue com a digestão química do amido, tendo continuidade no duodeno pela ação das enzimas pancreáticas (lípases, amilases, maltases, sucrase). O processo de degradação de proteínas, por sua vez, é iniciado no estômago com a ação da pepsina, sendo finalizada na porção inicial do intestino delgado com a secreção de enzimas como a tripsina, quimotripsina e carboxipolipeptidase. A digestão de lipídios ocorre no intestino delgado onde há lípase pancreática e sais biliares que irão dar origem a micelas mistas e aos produtos de lipólise.

Obesidade


Considerada uma doença crônica e um fator de risco, a obesidade pode aumentar a prevalência de outras doenças e ocasionar a morte. Essa patologia é caracterizada pelo excesso de massa adiposa corporal relacionada à massa magra, e o aumento desta massa adiposa pode ocorrer em função de alterações crônicas no balanço energético.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), em termos populacionais, a obesidade em adultos é caracterizada pelo índice de massa corporal (IMC) igual ou maior a 30 kg/m2.  O indivíduo é considerado com sobrepeso quando a medida do IMC for de 25 a 29,9 kg/m2.


Classificação da Obesidade pelo IMC



Segundo a OMS, a medida do IMC deve ser usada para a classificação da obesidade, principalmente em adultos (com algumas exceções), a partir da divisão do peso corpóreo (kg) pela altura expressa em metros, elevada ao quadrado.
O IMC foi definido pelo belga Quelet e foi considerado o método mais utilizado e simples para avaliar a obesidade. De acordo com este cálculo, o IMC sugere:
Apesar das limitações da medida do IMC, estudos mostraram uma relação positiva entre risco relativo de mortalidade e IMC. O uso do IMC foi indicado como uma estratégia para padronizar a comparação dos estudos populacionais sobre a obesidade e facilitar a identificação de indivíduos e grupos dentro da população com maior risco de morbidade e mortalidade.

Balanço Energético na Obesidade

A obesidade pode ocorrer em função das alterações crônica do balanço energético (Jéquier, 2002), mas quais são os componentes do balanço energético? Em resumo, eles são a ingestão calórica e o gasto energético. O primeiro refere-se a todo alimento ingerido que possa ser metabolizado pelo organismo; o segundo é a soma do gasto metabólico basal, do efeito térmico da dieta (produção de calor induzida pela alimentação) e da atividade física do indivíduo.
O balanço energético, em condições fisiológicas, é mantido por um equilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético. No entanto, quando ocorre um desequilíbrio, em longo prazo, entre estas variáveis, o balanço energético pode ser positivo (ingestão calórica do indivíduo é maior do que o seu gasto energético), favorecendo o desenvolvimento da obesidade, ou negativo (ingestão calórica é menor do que o gasto energético), que induz a diminuição do estoque energético e do peso corporal.
Cada um dos componentes do balanço energético contribui para a regulação do peso corporal e da adiposidade, que é específica para cada indivíduo e dependente do estilo de vida e de outros fatores ambientais. Além disso, os fatores genéticos também influenciam no desenvolvimento da obesidade. A influência da dieta é um dos fatores ambientais mais avaliados e os estudos populacionais mostraram uma relação clara entre hábitos alimentares e a prevalência da obesidade.

A importância do tecido adiposo na regulação do peso corporal e da adiposidade só foi reconhecida na década de 1980, após a descoberta da produção e secreção de substâncias neste tecido. Atualmente, o tecido adiposo é considerado um órgão endócrino complexo e com atividade metabólica. Este tecido, além de responder à sinalização proveniente do SNC e sistemas hormonais é capaz de produzir e secretar várias substâncias com ação local e sistêmica. Estas substâncias incluem a leptina, adiponectina, adiponutrina, adipisina, TNF-a (fator de necrose tumoral a), resistina, interleucinas e outras.

Taxonomia, regras de nomenclatura e importância de seu uso na Botânica

Histórico dos Sistemas de Classificação Biológica e a Importância da Taxonomia

O estudo dos Reinos

 Karl Von Linné, popularmente conhecido como Lineu, assim como outros naturalistas que viveram em meados do século XVIII, acreditava que havia somente 3 Reinos na natureza: o Reino Animal, o Reino Vegetal e o Reino Mineral.  Com o desenvolvimento dos conhecimentos sobre a natureza, os cientistas começaram a observar que havia muito mais semelhanças entre os componentes do Reino Animal e Vegetal do que o Mineral, claramente pelo fato dos dois primeiros serem constituídos por seres vivos. Essa constatação, hoje, nos parece óbvia, mas naquela época serviu de base para o anatomista alemão Karl Friedrich Burdach instituir o termo Biologia para identificar o estudo dos seres vivos, em 1800. Outros naturalistas de sua época, como o alemão Treviranus e o francês Jean-Baptiste Lamarck aceitaram e aprovaram prontamente o uso do termo, que logo se propagou no meio científico.
 O desenvolvimento da recém-batizada Biologia tornou evidente a enorme diversidade de vida, mas os organismos vivos ainda continuavam a ser classificados como animais ou vegetais. Os biólogos consideravam como animais aqueles organismos que eram móveis, que não produziam o seu próprio alimento (heterótrofos) e que apresentavam crescimento determinado e como vegetais os organismos imóveis, que produziam seu próprio alimento (autótrofos) e que apresentavam crescimento indeterminado.  Se tomarmos como exemplo dois organismos como um coelho e um pé-de-alface não restarão dúvidas em qual dos Reinos classificá-los.

Mas será que todos os organismos são tão fáceis de classificar? Onde colocar, por exemplo, os fungos?

 Na época, organismos como bactérias, algas e fungos eram classificados como plantas, enquanto que os protozoários, que também são unicelulares, eram classificados como animais.   Na primeira metade do século XX, após o aparecimento da microscopia eletrônica e das modernas técnicas de análise bioquímica, algumas diferenças marcantes entre os seres vivos puderam ser observadas.   Em 1937, o biólogo francês Edouard Chatton chamou a atenção para o fato de que as bactérias apresentavam uma célula procariótica, isto é, com um núcleo sem membrana e organelas citoplasmáticas desprovidas de envoltórios membranosos, ao contrário dos outros seres vivos observados por ele, que apresentavam célula eucariótica (com núcleo definido e sistemas internos membranosos). Isso justificou a separação das bactérias em um Reino à parte: o Reino Monera.
Na década de 1960, um outro pesquisador e professor de Biologia da Califórnia, Herbert F. Copeland dividiu os seres vivos em quatro Reinos: o Reino Animal (animais), o Reino Vegetal (plantas), o Reino Monera (bactérias) e o Reino Protista (protozoários; fungos e algas microscópicas).  Em 1969, o biólogo norte-americano Robert H. Wittaker reconheceu e ampliou o sistema de classificação de Copeland, no qual incluiu mais um Reino: o Reino Fungi, que incluiria os fungos. Ficou, assim, instituído um Sistema de 5 Reinos. Já na década de 1980, duas pesquisadoras (Lynn Margulis e Karlene Schwartz) reconheceram o Sistema de 5 Reinos proposto por Wittaker, porém fizeram uma pequena reformulação: o primeiro classificava no Reino Protista apenas as algas unicelulares microscópicas e as algas multicelulares de pequeno porte, no qual deixava as algas macroscópicas junto ao Reino Vegetal. Segundo Margulis & Schwartz, o Reino Protista deve incluir todas as algas, independente do seu tamanho. Desta forma, ficou estabelecido o Sistema de Classificação Biológica mais tradicionalmente utilizado.
 Verificamos, portanto, que é característica da ciência classificar os seres vivos, por conta da enorme diversidade biológica tanto de bactérias, fungos, animais como vegetais. A classificação biológica, com seus diferentes sistemas, vem ocorrendo desde a.C., com Aristóteles, e se mantém até os dias de hoje.  Atualmente, vários pesquisadores vêm estudando os seres vivos, utilizando técnicas bem modernas, como as técnicas de Biologia Molecular, que realizam o sequenciamento de ácidos nucléicos.  A partir desses estudos há uma tendência em se ampliar o número de Reinos existentes na natureza. Segundo essa forma de classificação, os seres vivos são divididos em três grandes linhas ou Domínios, cada um com vários Reinos. Esse modo de classificação evidencia a grande diversidade genética dos procariontes.  Hoje há necessidade de se reorganizar a classificação de inúmeros seres vivos, visto que foi agrupado, muitas vezes, por similaridade anatômica, o que em muitos casos foi derivado de convergências ecológicas, sem a existência de uma origem comum.

Regras de Escrita e Nomenclatura Botânica

Atribuir um nome científico, de qualquer categoria, a uma planta envolve o reconhecimento da presença de um conjunto de propriedades, que agregam objetos às classes. Os nomes científicos ou vulgares são uma expressão sintética de um conjunto de propriedades que se consubstanciam num conceito

Karl Von Linné (Lineu), importante estudioso da classificação biológica e um botânico muito respeitado, propôs, durante o século XVIII, algumas regras taxonômicas que até hoje são utilizadas. Algumas dessas regras foram reformuladas e atualizadas, mas a idéia central de Lineu, que era a de agrupar os seres vivos em uma hierarquia de categorias, ainda permanece, bem como algumas regras de nomenclatura: a Nomenclatura Binomial e o uso de palavras em latim para designar os nomes científicos dos organismos.

Com relação às categorias de classificação, Lineu, em seu tempo, descreveu apenas cinco delas: Reino, Classe, Ordem, Gênero e Espécie. Posteriormente, foram acrescentadas mais duas categorias: Filo e Família.

Na Taxonomia de plantas, até bem recentemente era utilizado o termo Divisão ao invés de Filo, o qual era usado exclusivamente para a classificação animal. No entanto, no XV Congresso Internacional de Nomenclatura Botânica, em 1993, o Código Internacional de Nomenclatura Botânica tornou o termo Filo equivalente à Divisão, podendo ser utilizado tanto na classificação de plantas como animais.

 A escrita introduzida por Lineu, no século XVIII, utilizando duas palavras em latim para designar o nome científico de uma espécie se mantém até hoje. É a chamada Nomenclatura Binomial. Vamos conhecer algumas regras internacionais de nomenclatura:

Os sistematas utilizam nomes científicos (binomiais) latinos ou latinizados, sendo que cada táxon possui seu respectivo nome que é utilizado pelo mundo inteiro. A primeira palavra está no singular e consiste no nome do gênero ao qual a planta está sendo designada. A segunda palavra é denominada de epíteto específico. Essa combinação ocorre para que um epíteto específico não seja confundido com outro.

Como determina o Código Internacional de Nomenclatura Botânica (International Code of Botanical Nomenclature – ICBN), tanto o epíteto genérico como o epíteto específico são escritos em itálico ou em negrito nas publicações impressas, sendo sublinhados quando manuscritos; a primeira letra do nome genérico é maiúscula e o epíteto específico é sempre escrito em letras minúsculas.

Alguns exemplos de escrita binomial:

             Phaseolus vulgaris (feijão)
             
Phaseolus = gênero (deve ser escrito sempre com a 1ª letra em maiúsculo).
            vulgaris = epíteto específico (deve ser escrito sempre em minúsculo).

                                   Gênero + Epíteto específico = Espécie
                                   Tanto o gênero como o epíteto devem ser grifados ou
                                   escritos em itálico.
                                  
É importante esclarecer que o nome científico de uma espécie sempre contém duas palavras: uma representando o gênero, e a outra o epíteto específico. A segunda palavra, quando sozinha, é desprovida de valor taxonômico.
- Em alguns casos, o pesquisador identificou precisamente o gênero, mas não chegou à conclusão em relação à espécie daquele organismo. Nesse caso, é comum utilizarmos o termo sp. após o nome do gênero. Ex.: Passiflora sp. à significa que temos uma espécie não-identificada pertencente ao gênero Passiflora (maracujá).

Caso seja mais de uma espécie não-identificada, costuma-se utilizar o termo spp. Ex.: Passiflora spp. à duas ou mais espécies não-identificadas pertencentes ao gênero Passiflora.

- Certas espécies consistem em duas ou mais subespécies ou variedades, como chamamos na Botânica. Como resultado, embora a Nomenclatura Binomial ainda seja à base da classificação, os nomes de algumas plantas podem consistir em três partes: Gênero, epíteto específico e variedade.

Ex.: Prunus persica var. persica  (pêssego) 
      Prunus persica var. nectarina  (nectarina)

- Quando desejarmos mencionar o autor da descrição de uma espécie, seu nome deve aparecer em seguida ao termo binomial, sem qualquer pontuação. Por exemplo:

Bacteriastrum delicatulum Cleve (alga marrom-dourada)
Coscinodiscus radiatus Ehremberg (alga marrom-dourada)

- Quando uma espécie é transferida de um gênero para outro ou quando se muda o nome do gênero, o nome do autor da primeira classificação é colocado entre parênteses.

Ex.: Biddulphia mobiliensis Bailey

Foi alterado para Odontella mobiliensis (Bailey) Grunow

- Quando lemos o nome de determinado táxon (grupo taxonômico em qualquer nível), podemos descobrir a que categoria taxonômica ele pertence devido à terminação da palavra. Por exemplo, os nomes de famílias de plantas terminam em aceae, com muito poucas exceções. Os nomes mais antigos valem como alternativa (sinonímias). Ex.:

            Fabaceae (Família atual da ervilha, antiga Leguminosae)
            Apiaceae (Família atual da salsinha, antiga Umbelliferae)
            Asteraceae (Família atual do girassol, antiga Compositae)


- Os nomes das Ordens de plantas terminam em ales. Exemplos:
            Commelinales (Ordem do milho)
            Agaricales (Ordem do cogumelo champignon)

Exemplo de classificação de um organismo, com todas as categorias:

                        Reino Plantae
                        Filo Anthophyta
                        Classe Magnoliopsida
                        Ordem Fabales
                        Família Caesalpiniaceae
                        Gênero Caesalpinea
                        Espécie Caesalpinea echinata
Nome popular: Pau-brasil

Abaixo coloco um quadro resumindo as categorias de classificação (quadro 1).
Quadro 1 – Terminações latinas de acordo com as regras internacionais botânicas.
Grupo’
Terminação
Exemplo
Divisão ou Filo
-phyta’’
Magnoliophyta
Subdivisão ou Subfilo
-phytina’’’
*
Classe
-opsida
Liliopsida
Subclasse
-idae
Commelinidae
Superordem
-anae
*
Ordem
-ales
Poales
Subordem
-ineae
*
Superfamília
-ariae
*
Família
-aceae
Bromeliaceae
Subfamília
-oideae
Bromelioideae
Tribo
-eae
*
Subtribo
-inae
*
Fonte: MCNEILL et al. (2007); JUDD et al. (2009),modificado.

’ as principais categorias estão indicadas em negrito.
’’ a menos que o táxon seja uma divisão ou filo de fungos, deve terminar em: -mycota.
’’’ a menos que o táxon seja uma divisão ou filo de fungos, deve terminar em: -mycotina.
* não há esses taxa na classificação das bromélias, exemplificando o quadro.


A Importância do Uso das Chaves de Identificação na Botânica
  
 Chamamos de chave de identificação um compêndio de informações relativas a variados táxons, no qual, passo a passo, podemos chegar à identificação de uma determinada planta.  Há várias chaves de Botânica na literatura específica, algumas com o intuito do pesquisador chegar a uma Família de plantas, por exemplo; outras, com o intuito de se identificar mais precisamente um vegetal, até gênero ou espécie.  É indispensável, no entanto, que quando chegar ao ponto final da chave e tiver encontrado o nome da Família, recorrer a um livro-texto (como o Joly) para confirmar a identificação com uma descrição completa das características da Família.

Por que é necessário identificar um material botânico?

 A identificação é necessária, pois o estudioso pode, por meio da correta e precisa identificação de uma planta, somada a conhecimentos prévios sobre aquela espécie, utilizá-la como fonte de princípios ativos medicinais; mantê-la em uma coleção de plantas no sentido de compartilhar experiências com outros pesquisadores do mundo; reconhecer plantas tóxicas de forma mais rápida, não cometendo erros; entre outros benefícios.  Para a correta identificação de um vegetal, no entanto, é necessário realizar a coleta do material. A coleta de amostras vegetais; o seu preparo e a cuidadosa anotação das informações do local e da planta são fundamentais para a sua correta identificação.
  
Alguns cuidados são necessários nas atividades de coleta:
 Primeiramente porque com a importância que o conhecimento da biodiversidade vegetal apresenta ultimamente; com a preocupação que a sociedade atual se manifesta em relação à preservação de nossas florestas e com a legislação específica que vários governos adotam, a coleta deixou de ser uma atividade simples, necessitam, algumas vezes, de permissão para se retirar uma amostra de planta de um local.

A importância da coleta de amostras e os cuidados que devem ser tomados:

 Chamamos de excicatas as amostras vegetais devidamente preparadas; retiradas da planta, prensadas e secas. Tais excicatas devem conter estruturas vegetativas e reprodutivas, como flores e frutos, sempre acompanhadas de etiqueta que deverá conter informações a respeito da planta coletada e do local de coleta.   Segundo DI STASI (1996), as excicatas são importantes instrumentos na identificação das plantas, pois desde que armazenadas em locais adequados, permitem a utilização por pesquisadores sem a necessidade desses se deslocarem até o local de coleta; permitem um estudo mais aprofundado de suas características morfológicas e podem conter informações sobre o local de coleta; mapas; desenhos; fotos e outras informações importantes a respeito da planta.

 As amostras coletadas devem ser representativas do aspecto geral da planta. Devem-se sempre escolher as partes da planta que apresentarem maior representatividade para a Taxonomia do grupo, contendo, no caso das plantas superiores (fanerógamas), flores e frutos. Deve-se também tomar cuidado para não coletar plantas que estejam sendo atacadas por fungos e insetos; plantas que tenham suas folhas amareladas, manchadas, rasgadas.  A maioria das chaves de identificação utiliza como base a flor e o fruto. As folhas e ramos também são úteis na identificação, apesar de não serem os principais órgãos analisados.  Alguns autores consideram que, geralmente, amostras com frutos têm menor valor taxonômico do que as com flores, pois são insuficientes para a classificação. Em alguns casos, no entanto, a coleta de frutos é imprescindível, pois são muito peculiares àquela determinada espécie ou Família.